terça-feira, 15 de março de 2011

O quetzal na condição de símbolo nacional da Guatemala



Para quem não conhece, eis o quetzal (Pharomachrus mocinno)


O voo desta ave é algo impressionante. Parece uma serpente deslizando no céu.

Na terra do quetzal


Bom pessoal, essa é a capa do meu diário ou livro de campo da Guatemala (Terra do quetzal). Como não poderia deixar de ser, a capa traz alguns símbolos alusivos à civilização maia. No caso, são glifos dos rumos cósmicos e de suas cores correspondentes.

sábado, 12 de março de 2011

No vale do coração

No Vale do Coração foi o nome escolhido para intitular a obra com a qual inaugurei "a fase da produção poética mexicana". O título expressa o forte significado do México na minha topografia poética e pessoal, além de servir como homenagem à cidade homônima que me acolheu por dois anos. Para aguçar-lhes o olfato, deixo-lhes esse rastro amoroso feito com as mais preciosas rosas da inspiração mexicana. Desfrutem!



FEITO COM ROSAS

Para você escrevo essas linhas
Está do outro lado e já não me vê,
Mas sei que percebe pela caligrafia
O emissor dessa mensagem (tardia?)
Que o vento ousou em algum canto escrever.

Sei que ficou vaidosa
Pensou em mil coisas, menos no que fiz.
Jogou meus sentimentos pela janela
Enquanto eu, numa angustiosa espera,
Por você quase me desfiz.

Já não me importa o que pensem ou digam
Minha inspiração é simplesmente você.
Um verso de amor intenso,vivido
Reticências no mar da minha libido
Cem por cento revelação e prazer.

Agora distante sei que estou
Creio nas palavras. Elas nos aproximam.
Então, simplifico o pensamento para deixar bem claro
Que sinto um cardíaco disparo
Quando nossos corpos se avizinham.

Tantas coisas tenho a dizer
Que escreverei no arco-íris se preciso for.
Andarei buscando pelos desertos da prosa
Mais do que um oásis feito com rosas,
A estrofe perfeita para os meus versos de amor.

México (D.F.)
Dezembro/93

Escudo de Pétalas




OBSESSIVA LOUCURA


Conheci áridos corações,
Verdes senhoras e maduros jovens
Estradas tortuosas, aéreas e aquáticas
Senderos gravados na palma da rebelde intuição
Que alimenta a voraz e obssessiva loucura
De ser um fiel escriba da alma.


Andarilho de repente sou.
Levo comigo o pó das aventuras e o suor nas costas.
Falo de gente e coisas estranhas
Que inspiram a mágica coreografia das letras
Nos jardim das folhas brancas.


Viajante, “mestre” e vetusto aprendiz.
Um alpinista escalando a cordilheira das palavras.



México D.F.
Julho/95

Alguns versos em homenagem à África (Livro Escudo de Pétalas)




AFRICANAS

Namíbia saiu de Uganda
Porque não tolerava a Nigéria
Uma Moçambique de Angola
Que para o Egito sempre dava bola
Quando começavam as férias.

Argélia tinha mil encantos
E foi princesa do Senegal.
Teve duas filhas: Quênia e Zâmbia
Morou no Chade e na Tanzânia
Construiu palácio em Guiné-Bissau.

Líbia atravessou as dunas do Marrocos
Para conhecer a Costa do Marfim
Asilou-se na tranquilidade de Serra Leoa
Onde hoje, Ruanda ri à toa
Desde que o Zaire lhe disse um sim.

México D.F.






Junho/95

P.s. Quando escrevi o poema, existia na África um país chamado Zaire. Atualmente,usa-se outro nome para designar essa nação: República Democrática do Congo. Para manter a originalidade dos versos, decidi manter a grafia original.